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20 de maio de 2008

Texto estraído do site da revista Veja

Lula reuniu a Coordenação Política e decidiu que o governo não vai patrocinar a recriação da CPMF, com alíquota de 0,08%, conforme se havia pensado, para financiar a Saúde. Passou para o Congresso a tarefa de encontrar recursos para a Emenda 29, que eleva gastos com o setor. Entre as propostas, está a elevação de impostos de bebida e cigarro, mas o ministro José Gomes Temporão já adverte que os recursos não seriam suficientes.
O Babalorixá aproveitou para dizer o óbvio, né?, o esperado: a culpa de haver projetos engavetados na Saúde é das oposições, que derrubaram a contribuição. Trata-se de uma mentira factual e política:
1) elas são minoria na Câmara e no Senado; o governo é que não se entendeu com a sua base;
2) o problema é que o governo não sabe nem gastar — não em coisa útil. Neste ano, passados cinco meses, consumiu-se apenas 0,58% do previsto para o tal PAC. Não falta dinheiro nesse caso. Falta o que o ministro Sérgio Motta, já morto, chamava “fazeção”.
Mas o truque é tão antigo quanto fácil. Funciona assim: Lula tem a solução para os nossos problemas — como sempre. Mas é que não o deixam trabalhar direito. Quem não deixa? As oposições e o Congresso, ora essa. Daí se depreende o óbvio: só não vivemos no paraíso porque não estamos submetidos a uma ditadura lulista.
Ora, um governo também corre riscos políticos, não? A Emenda 29 é importante? Pois que se encarregue de viabilizá-la. Corra o risco político de tentar recriar a CPMF, de aumentar impostos — a população vai dizer o que acha — ou mesmo de vetar o tal texto. Com um pouco de bom senso, cortem-se outras despesas para investir na Saúde se é mesmo uma prioridade.
O que não vale é lavar as mãos e acusar as oposições — que são minoria.

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